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#101 Atelier Álvares Cabral. Porto

  Não é fácil escrever sobre a própria casa, dentro da qual se projectou o próprio atelier.
  Este foi um processo pessoal que se afirmou entre hesitações, acrescentos e subtracções, na procura da coerência, mas também da diferença entre as duas funções.
  A casa, um edifício de duas frentes, típico do Porto burguês do início do século XX (1903), possuía já uma riqueza ornamental - entre portais, rodapés, frisos e estuques -, que importava recuperar nalguns pontos notáveis.
  Deste modo, e nos pisos nobres, o projecto assumiu a condição de um restauro, apenas pontuado por pequenas actualizações de desenho.
  Para a instalação do atelier, aproveitou-se o piso da cave, o qual estabelece uma relação de nível com o logradouro traseiro.
  Nesse piso, optou-se por um desenho contemporâneo que uniformiza as duas frentes existentes - numa localiza-se o acesso e a sala de reuniões, noutra, voltada ao jardim, dispõem-se as mesas de trabalho.
  Todo o atelier é revestido por planos móveis de cor branca - portas, armários, bancos, alçapões -, coroados por uma sanca de luz indirecta que banha os vigamentos e os textos preexistentes, também eles caiados.
  Obtém-se assim uma luminosidade uniforme, necessária ao espaço de trabalho, por contraste com a variação de tons e de sombras que marcam o quotidiano da casa.







EQUIPA: Pedra Líquida

FOTOGRAFIA: Fernando Guerra
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